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São Luís começou a reagir contra a crise no Senado Federal que envolve diretamente o presidente da Casa, o senador José Sarney (PMDB/AP). Na tarde desta sexta-feira, 26, ocorreu o primeiro protesto de um movimento intitulado “Todos contra Sarney”, que reuniu cerca de 100 manifestantes na Rua Grande, principal avendida do centro comercial da cidade.

Imagem cedida por Railson Lima (@RailsonLima)

Imagem cedida por Railson Lima (@RailsonLima)

Os manifestantes distribuíram panfletos com as denúncias divulgadas na imprensa nacional sobre nomeações de parentes e aliados políticos de José Sarney por meio de atos secretos.
Atenção para o último parágrafo do panfleto:

Por isso a passeata TODOS CONTRA SARNEY reúne todos que querem a ética de volta ao Senado, a apuração dos desvios praticados com os atos secretos e comissão de ética para Sarney e sua saída já da presidência da República. SAI SARNEY!!!! [grifo meu]

Foi isso mesmo que você leu. Saída de Sarney da “presidência da República”. Ato falho? O jornalista Franklin Douglas, diretor estadual do PT no Maranhão e um dos líderes do movimento, confirmou que foi um simples “ato falho”. Hum… Sei. Também integram o movimento: Rede de Jovens Sou de Atitude;Vozes da Luta; Juventude Cara Limpra; Vale Protestar; Xô, Rosengana; JSB-MA; União Estadual de Luta por moradia; MEI; JS/PDT-MA; CES.

Passeata virtual
Os movimentos de oposição ao senador José Sarney é impulsionado pelas campanhas em blogues e sites como Orkut e Twitter.
Eu soube da manifestação do movimento Todos Contra Sarney por meio de recados deixados em minha página do orkut com a seguinte imagem:
FORASARNEY

No twitter, houve a primeira passeata virtual contra Sarney, marcada no mesmo horário da manifestação em São Luís.
Larissa Globekner (@larissaglob) deu a idéia:
TweetLarissa

E o aprensentador Marcelo Tas (@marcelotas) retuitou:
TweetMarceloTas

A manifestação virtual promoveu o sucesso da tag #forasarney. Os dados do TweetVolume, um sistema de métrica sobre o que é citado no twitter, revelam que houve menção a Sarney em 42.200 tweets.

Gráfico comparativo sobre os tweets que mencionaram Sarney e Lula nesta sexta.

Gráfico comparativos sobre os tweets que mencionaram Sarney e Lula nesta sexta.

O movimento Fora Sarney já tem até um site oficial:
http://www.forasarney.com/

É bom lembrar que, mesmo que estas manifestações resultem no afastamento de José Sarney da presidência do Senado, a crise política continua. O importante é não deixar de acompanhar os atos secretos e explícitos dos parlamentares. Um bom começo é acessar a lista de servidores do Senado, publicada depois da sequência de denúncias: http://www.senado.gov.br/sf/portaltransparencia/

Coitado! O rei está nu! A decisão do Supremo Tribunal Federal pela fim da exigência de diploma para o exercício da profissão de jornalista revelou o que já suspeitávamos: o Jornalismo está nu e com a mão no bolso. O diploma estava funcionando como tarja preta para esconder a nudez. Sem a tarja, podemos buscar novas vestimentas.
Mas o nível da argumentação de muitos estudantes ou profissionais revoltados com a decisão pode ser resumido em dois pontos: “estudar para quê?” e “os patrões vão preferir pessoas desqualificadas por um salário menor”. As manifestação no Twitter (veja aqui) refletem a tendência dos debates que acontecem offline.
Então, caros colegas, vocês estudam para SERVIR a quem? Logo, todo este período de exigência do diploma estava formando “peões” diplomados, expressão perfeitamente fundamentada por Ivana Bentes, professora e diretora da Escola de Comunicação da UFRJ.
Observo esta mudança como um desafio positivo para as Universidades, uma oportunidade de revisarem os projetos pedagógicos, de construírem laboratórios em diálogo com os cursos de Ciência da Computação, Biblioteconomia e Design. Centros de experimentação de novas narrativas jornalísticas integradas com bancos de dados para produção de informações consistentes e diferenciadas.
Um estímulo aos bons professores que hoje lamentam a falta de interesse de alunos que só estão em busca de diploma como atestado de burrice.
Há outros pontos relevantes no debate que precisam ser avaliados pelos profissionais, como os direitos trabalhistas.
Destaquei os aspectos que mais me incomodam.
Vamos tecer a roupa do rei?

Outros textos:
O retrato da nossa miséria, por Marcelo Soares
O fim do diploma e o começo de outro jornalismo, por Alec Duarte.
A roupa nova do rei, por Hans Christian Andersen.

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A organização internacional Médicos Sem Fronteiras publica, desde 1998, lista anual das dez crises humanitárias mais negligenciadas pela mídia nos Estados Unidos.
Crises de humor da Britney Spears ou de Amy Winehouse recebem mais cobertura midiática do que a crise humanitária em países como Somália, Zimbábue e República Democrática do Congo.
Organizei o Top 10 elaborado pelos Médicos Sem Fronteiras em uma linha do tempo usando a plataforma do Dipity.

Clique para acessar a linha do tempo no Dipity

Clique para acessar a linha do tempo no Dipity

A lista mais recente apresenta as seguintes pautas negligenciadas em 2008:

Catástrofe humanitária na Somália;

Crise na saúde em Mianmar;

Desnutrição infantil;

Violência no Sudão;

Guerra devasta região leste da República Democrática do Congo;

Necessidade crítica de assistência na região somali da Etiópia;

Crise na saúde devasta Zimbábue;

Civis iraquianos necessitam urgentemente de assistência;

Co-infecções de hiv/tuberculose;

Conflito no noroeste do Paquistão.

Veja o documento completo:
Top Ten Humanitarian Crises of 2008

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Tarde de sábado, no Twitter:

@piresende tem uma idéia:

pedroivoresendetwitter

@rafa_rosa responde:
rafarosa

E surge o Super Sarney Bros:
sarneybros

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A Agência de Notícias da Infância Matraca lançou o blog Ajuda Maranhão! para ajudar as vítimas das enchentes no estado.

Além de informações sobre campanhas, eventos e ações voluntárias, o blog apresenta análises sobre as consequências desse desastre depois das inundações.
As enchentes tornaram mais grave a situação de vulnerabilidade da população das áreas mais afetadas, cidades com elevado índice de pobreza. As crianças são as maiores vítimas, como destaca Eliana Almeida, coordenadora do escritório do UNICEF no Maranhão:

Neste momento, não podemos deixar de dirigir nosso olhar em especial para cada criança e adolescente que está vivendo essa grave situação. E não são poucos: a Defesa Civil Estadual estima que representam quase 60% dos afetados, somando mais de 140 mil meninos e meninas, com cerca de 30 mil desalojados e mais de 20 mil vivendo em abrigos.
Quando algo ameaça nossa casa, logo procuramos saber onde estão as crianças, buscamos protegê-las e garantir o seu bem-estar. É essa atitude que precisamos repetir ao traçar as estratégias e políticas de atendimento aos municípios afetados pelas águas. Estando em uma fase peculiar de desenvolvimento, as crianças e os adolescentes precisam estar sempre no centro das atenções da família, da comunidade e das autoridades, ainda mais em situações de conflito, guerras ou desastres naturais, como estas inundações.

Veja outras experiências de organização de informações das enchentes no Norte e Nordeste:
Mapa das chuvas no Brasil
Maranhão: mapa das enchentes
Mapa das doações
Blog Enchentes no Nordeste

Mais informações sobre essas iniciativas:
Enchentes: os meios e as mensagens
Mapa das chuvas: experiência colaborativa

Este post é para dedicar meu voto ao Global Voices Advocacy na campanha organizada pelo projeto Zemanta: Blogging For A Cause.
O Global Voices Advocacy faz parte do Global Voices Online e ajuda internautas de diversos países para a construção de blogs contra injustiças sociais e defesa da liberdade de expressão.
Façam download do Blog Por Una Causa!, traduzido por María Florencia Puente do Global voices em espanhol. Ainda não há tradução para o português.

Clique para baixar o guia em pdf.

Clique para baixar o guia em pdf.


Em breve, falarei do Global Voices Online aqui, por enquanto vocês podem seguir os links para conhecer os projetos.

This blog post is part of Zemanta’s “Blogging For a Cause” campaign to raise awareness and funds for worthy causes that bloggers care about.

Publiquei originalmente no blog Outras Palavras.

O ciberativismo começa a explorar um novo terreno: como o Google Maps e outros sistemas são usados coletivamente para tornar visíveis (e transformar) realidades que a mídia menospreza

Por Sarita Bastos

Tinha uma pedra no meio do caminho. Onde? Em qual latitude? Em qual longitude? Se Carlos Drumond de Andrade tivesse identificado em algum mapa o local exato dessa pedra, talvez evitássemos essa trilha e seguiríamos outras rotas. Mas o território do poeta era sentimental, pessoal, verbal e impossível de rastrear por satélite.

E no entanto, o mundo está cheio de pedras, buracos e campos minados sem nenhuma poesia. Muitas pessoas seguem sem parar para olhar, analisar e limpar o caminho. Outras, apesar das “retinas tão fatigadas”, observam o território com atenção e exibem para o mundo as coordenadas geográficas do problema.

A criação de mapas online, interativos e com a possibilidade de edição colaborativa agrega valor visual e informativo aos dados numéricos sobre diversos temas. Internautas usam o Google Maps e outros serviços de criação de mapas online para criar mashups reunindo dados, vídeos e fotos de diferentes fontes.

Apresentamos alguns exemplos de mapas customizados, informativos e socialmente necessários:

Mapa das inundações no Norte e Nordeste:
Mapeamento das informações sobre os municípios do Norte e Nordeste mais atingidos pelas enchentes dos meses de abril e maio de 2009. A área que concentra mais marcadores evidencia os estados mais afetados – Maranhão, Piauí e Ceará. O mapa, editado coletivamente, ajuda na mobilização de doações para as vítimas.

Mapa das chuvas. Clique na imagem para acessar pelo Google Maps.

Mapa das chuvas. Clique na imagem para acessar pelo Google Maps.

India – Eleições 2009
As eleições parlamentares na Índia foram monitoradas pelo site Vote Report India (votereport.in). Os usuários informavam casos de violações do código eleitoral por meio de mensagens SMS, e-mail ou no próprio site. Todos os dados podem ser visualizado em um mapa interativo.

Vote Report. Clique na imagem para acessar o site.

Vote Report Índia. Clique na imagem para acessar o site.

Mapa coletivo da gripe H1N1
Mapeamento do avanço da epidemia da gripe H1N1, que ficou popularmente conhecida como gripe suína. Por meio do mapa, rapidamente identificamos as principais regiões de contágio.

Mapa coletivo de Influenza H1N1. Clique para acessar o site.

Mapa coletivo de Influenza H1N1. Clique para acessar o site.

Zimbábue: Eleições 2008
O mapa da violência política que marcou as eleições de 2008 no Zimbábue impressiona. A vitória de Robert Mugabe ocorreu num processo de intimidação e assassinato de opositores. O mapeamento faz parte de uma campanha por liberdade e democracia no site Sokwanele.

Mapa da violência nas eleições do Zimbábue. Clique na imagem para acessar o site.

Mapa da violência nas eleições do Zimbábue. Clique na imagem para acessar o site.


Buracos de Fortaleza
O mapeamento colaborativo dos buracos nas ruas da capital do Ceará foi idealizado por blogueiros cearenses. A mobilização foi feita no Twitter pela tag #buracosfortaleza. O movimento gerou pauta na imprensa e pressionou a Prefeitura municipal a iniciar operação tapa-buracos.

Mapa #buracosfortaleza. Clique na imagem para acessar pelo Goole Maps

Mapa #buracosfortaleza Clique na imagem para acessar pelo Goole Maps

WikiCrimes
O site WikiCrimes permite o mapeamento de crimes em todas as regiões do Brasil. A atualização dos dados é colaborativa, cada usuário pode realizar notificações. WikiCrimes foi concebido por Vasco Furtado, professor titular da Universidade de Fortaleza.

WikiCrimes. Clique na imagem para acessar o site.

WikiCrimes. Clique na imagem para acessar o site.

Os links abaixo apresentam dicas de como construir seu próprio mapa:

Tutorial do Google Earth solidário

Dicas de um fuçador

Navegando pela web encontrei o site 360 Cities, que apresenta grande banco de fotografias panorâmicas de cidades e uma experiência interativa de visualização das imagens em 360°, daí o nome do site. As imagens são enviadas por fotógrafos de mundo inteiro que se inscrevem no projeto. Fiz um passeio virtual e fui parar em uma homenagem para Iemanjá, registrada no reveillon de 2008, na praia de Copacabana.

Iemanjá. Clique na imagem para acessar o site.

Iemanjá. Clique na imagem para acessar o site.

Dica: utilize as setas de controle para apreciar o cenário em 360°.
Quer participar? O site apresenta algumas dicas para os fotógrafos iniciantes. Veja aqui.

A DigiActive, organização que ajuda cidadãos no uso de ferramentas digitais para mobilização social e mudança política, lançou o guia An Introduction to Digital Activism (Uma introdução ao ativismo digital, disponível em inglês).

A apresentação, em 19 slides, destaca exemplos de ativismo digital que foram usados em manifestações na Colômbia, Paquistão e China, por meio de articulação em redes sociais, mensagens SMS ou blogs.

“Cidade submersa é reduzida a tetos e parabólicas no Maranhão”. Esta foi a manchete de uma notícia publicada na BBC News sobre a situação da cidade de Trizidela do Vale, que teve 90% de sua área atingida pela enchente. As antenas parabólicas ficaram acima do nível das inundações, como descreveu o correspondente Gary Duffy. As antenas parabólicas fazem parte do cenário das enchentes, mas não foram completamente afetadas. Uma coincidêndia que serve como metáfora sobre as diferentes fontes de informação e cobertura da tragédia.
Tenho acompanhado em fóruns de discussão online ou até em conversas com amigos uma comparação inevitável entre a cobertura feita pela da mídia nacional, principalmente da tv, sobre as enchentes de Santa Catarina, em dezembro de 2008, e as enchentes que atingiram o Norte e Nordeste nos meses de abril e maio deste ano.
Essa discussão deve ir além de uma postura bairrista para questionarmos o próprio trabalho jornalístico e as formas de mobilização do povo brasileiro.
As enchentes no Norte e Nordeste podem ser consideradas como pauta oculta? As notícias na tv, rádios, jornais e portais jornalísticos nacionais e internacionais indicam que o tema está na pauta sim.
E onde está a diferença em relação à cobertura midiática da tragédia de Santa Catarina? Na forma da divulgação, no apelo emocional e exploração sensacionalista. Isto me leva a uma outra indagação: O que move a solidariedade do brasileiro? Precisamos do choro em close-up, do resgate ao vivo espetacularizado, de apresentador com voz embargada da emoção contida? Precisamos da exploração sensacionalista mesmo que seja para depois atacarmos o sensacionalismo?
Até pouco tempo, toda insatisfação relacionada à cobertura feita pelos grandes meios de comunicação era manifestada nas carta de leitores, na troca de canal da tv ou de emissora de rádio e podíamos nos sentir leitores/telespectadores/ouvintes “críticos” em oposição à maioria “alienada”.
Mas enquanto discutimos e criticamos, há 294.461 pessoas desalojadas, aquelas que estão hospedadas com amigos ou familiares, e 135.592 pessoas desabrigadas, aquelas que dependem de abrigos públicos, segundo informações divulgadas nesta sexta-feira, dia 29, pela Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), do Ministério da Integração Nacional. Notícia completa neste link.
Agora temos acesso a ferramentas e possibilidades de divulgação e organização das notícias, de propor novas pautas e enquadramentos, de estabeler própria agenda. Então, por que ficar apenas reclamando da cobertura feita pela grande mídia?

Outros meios, outras mensagens
Além dos mapeamentos citados em post anterior no Eu Jornalisto, há outras importantes alternativas de produção e divulgação das informações das enchentes.
O blog Enchentes no Nordeste foi lançado para agregar e gerar informações sobre as cidades atingidas como forma de mobilizar ajuda aos diretamente afetados. Os dados são organizados por Leonardo Fontes, Gabriel Ramalho e Emílio Moreno. Para colaborar basta enviar o link do artigo ou foto para o email leonardo@blogueisso.com.
O blog faz parte do rede BlogueIsso!, projeto que reúne difrentes blogueiros do Ceará.
Uma alternativa para quem fez bons registros fotográficos das cidades alagadas é o site Citizenside, considerado uma das principais plataformas de jornalismo cidadão, com todo conteúdo produzido pelos próprios usuários. O jornalista maranhense Bruno Barata publicou fotos feitas na cidade de Bacabal, Maranhão, e as imagens podem ser vistas neste link.
Os desabrigados que não conseguiram salvar seus aparelhos de tv’s e rádio, certamente salvaram câmeras para filmar ruas alagadas cujas imagens estão disponíveis no Youtube.

E você, ficará submerso em críticas ou seguirá a correnteza da colaboração?